O futuro da arquitetura

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Dongdaemun Design Plaza , Zaha Hadid Architects Zaha Hadid Architects Commercial spaces
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Na passagem do século XX para o século XXI, a disciplina e a prática da arquitetura experimentaram mudanças profundas, principalmente impulsionadas pela Revolução Industrial. O avanço tecnológico e o surgimento de novos materiais e novas técnicas permitiram novas soluções construtivas, que inauguraram o mundo moderno e um novo estilo de vida, no qual o carro tornou-se um objeto indispensável, a garagem entrou para o programa de necessidades e novas cidades foram planejadas em função do automóvel.

Antigamente, quando vislumbrávamos o futuro, imaginávamos que haveria casas flutuantes, carros voadores, robôs realizando as nossas tarefas e múltiplas inovações tecnológicas. Este cenário ainda não se concretizou, mas hoje, na era da Internet das Coisas, nossos espaços habitáveis já estão cada vez mais automatizados e interativos. Sensores de acionamento de luzes, torneiras e descargas tornaram-se comuns e a cada dia, num ritmo alucinante, surgem novas inovações. Este contínuo avanço tecnológico apenas nos assegura de que a arquitetura continuará se transformando e alterando nosso modo de vida. Porém, é impossível precisar quais novos rumos a arquitetura tomará no futuro e como nossas vidas serão impactadas.

Neste artigo, ousamos traçar um panorama do futuro da arquitetura com base na análise das novas tecnologias e ferramentas disponíveis e dos temas recorrentes em projetos relevantes mundo à fora. Embarque nesta aventura e descubra como possivelmente serão nossos edifícios e nossos ambientes construídos

Desenho paramétrico

Com o desenvolvimento dos programas CAD (desenho assistido por computador) e o surgimento de novos recursos como o desenho paramétrico, arquitetos passaram a explorar estes recursos a fim de viabilizar formas geométricas inéditas e até então inconcebíveis. O desenho paramétrico é uma dessas ferramentas que têm promovido a criação de estruturas complexas e surpreendentes, como as do Dongdaemun Design Plaza, projetado por Zaha Hadid.

Arquitetura desconstrutivista

O desconstrutivismo, que surgiu no final dos anos 80, pode ser entendido como o processo de distorção das linhas retilíneas e das formas geométricas puras a fim de criar estruturas mais complexas ou um caos visual planejado. Arquitetos como Frank Gehry, Daniel Libeskind e Zaha Hadid, responsável pelo projeto do Aeroporto Internacional de Pequim, são ícones do desconstrutivismo, que tem se reinventado e se popularizado com o desenvolvimento de novos programas de computador. Este método tende a se firmar e produzir ainda mais formas criativas e inusitadas, que os novos programas de desenho paramétrico possibilitam libertar do imaginário dos arquitetos.

Revitalização de edifícios antigos

Apesar do apelo por novos edifícios e novas experimentações estéticas, a revitalização de edifícios antigos de valor arquitetônico é ainda recorrente. Diferente do movimento moderno, que pregava a remoção das estruturas ociosas, a arquitetura contemporânea tem valorizado a preservação do patrimônio arquitetônico e sua revitalização, como neste projeto de requalificação do Palácio da Antiga União Militar, comandada por Massimiliano Fuksas.

Restauração e adição de estruturas

Normalmente estes projetos de revitalização de edifícios antigos, incluem a mudança de usos e portanto necessitam de novas estruturas que atendam às novas funções. No caso do Palácio da Antiga União Militar, em Roma, Fuksas adicionou uma cobertura de vidro e converteu o terraço do edifício em espaço útil e além de ampliar a área, ofereceu aos usuários um mirante para as riquezas arquitetônicas de Roma.

Edifícios passivos: além da sustentabilidade

Contrastando com a ideia futurista de casas de vidro, aço, com dispositivos eletrônicos e telas luminosas, os edifícios passivos caracterizam-se pelo uso de materiais de baixo impacto ambiental, sistemas de climatização de baixo consumo energético e pela geração de energia superior à energia consumida. Com a crescente necessidade de redução do impacto ambiental gerado pelo setor industrial e da construção e com o barateamento de equipamentos como painéis solares, a arquitetura passiva só tende a se firmar e expandir.

Comunidades colaborativas

A arquitetura contemporânea não tem se preocupado apenas em prover moradias com qualidades materiais e ambientais, mas também em criar comunidades sustentáveis e colaborativas. Neste projeto, além da horta comunitária, os moradores dispõem de um edifício comum, situado no coração da comunidade, no qual podem compartilhar instalações e equipamentos.

Casas compactas e itinerantes

Casas compactas e móveis como o modelo ÁPH80 não são uma novidade, mas estes projetos nômades de baixo impacto ambiental e de custo reduzido são uma solução cada vez mais atraente e sustentável para quem deseja ter uma casa barata e itinerante. Este conceito de arquitetura nômade também pode ser empregado em projetos de grande escala. A Arena Handebol que abrigará os jogos da modalidade durante os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, em 2016, será desmontada após o evento esportivo e será remontada depois para dar vida a quatro escolas públicas na cidade.

Infinitas possibilidades

Claro que quando pensamos no futuro da arquitetura deslumbramos projetos de aparência futurista e de formas arrojadas e surpreendentes, como neste projeto de uma ilha artificial de concreto construída dentro do mar, que a técnica certamente viabilizará. Mas como vimos, estes projetos desafiadores e desconstrutivistas, continuarão convivendo com edifícios restaurados, edifícios passivos, edifícios de comunidades colaborativas, edifícios nômades e com os novos edifícios que o incessante desenvolvimento tecnológico tornará real.

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