Como lidar com a Síndrome do Ninho Vazio

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É certo e sabido que os pais estão neste mundo para dar asas aos filhos. Mais tarde ou mais cedo, os miúdos crescem e têm necessidade de fazer os seus próprios vôos de forma livre e com o apoio da família. É o curso natural da vida e devemos ter isso presente durante todo o processo de educação dos mais pequenos. No entanto, é claro que assim como nunca estamos preparados para a chegada deles, também nunca estaremos preparados para que se vão embora… Mas a verdade é que eles vão e quando chega essa altura devemos encarar esta nova fase da melhor maneira. Por muito que custe aos pais, a ida para a universidade ou para a sua primeira casa própria é uma aventura necessária para o crescimento e desenvolvimento dos jovens enquanto pessoas e cidadãos activos na sociedade em que se inserem. Com este passo, ganham novas responsabilidades e testam os seus próprios limites. Já os pais, limitam-se a ficar com a casa mais vazia e a sofrerem da Síndrome do Ninho Vazio. Não sabe o que é e muito menos como lidar com ela? Então leia com atenção o nosso artigo de hoje e aprenda a ultrapassar esta fase da sua vida!

O que é a Síndrome do Ninho Vazio?

A Síndrome do Ninho Vazio (SNV) é um conjunto de sinais e sintomas depressivos que se manifestam nos pais, principalmente na mãe, após a saída de um ou mais filhos de casa. Esta situação acontece normalmente quando os filhos entram na universidade e precisam de mudar de casa ou quando estes se casam ou se juntam para ir viver com os seus parceiros. O mais natural é que este acontecimento surja na mesma altura da menopausa da mãe, o que dificulta ainda mais a vivência do processo de luto pelo qual os pais devem passar para recuperar desta desestruturação familiar. A SNV tem, por norma, um período de mais ou menos 2 anos, após o fim do qual os pais já deverão ter estabelecido uma nova ordem familiar. No entanto, no caso de isto não acontecer e esta síndrome persista acompanhada por ausência de objectivos para a vida, pode originar-se uma depressão que deverá ser acompanhada por um profissional especialista na área da saúde mental. Nesta fase, é importante que os progenitores (principalmente o que sofra mais com a saída do filho) ocupem os seus dias com actividades significativas para eles, como workshops, voluntariado, saídas com amigos, consumo de cultura, bricolage, artesanato, jardinagem ou até mesmo algum trabalho remunerado. É igualmente importante que haja uma ligeira inversão dos papéis e que sejam os filhos a tomar conta dos pais por um período de tempo, onde os apoiem e estejam lá para eles.

Considere as suas emoções antes de redecorar

Com a saída de casa de um filho, enfrentamos a primeira condição: um quarto vazio. É importante que se faça alguma coisa com ele, para que não se suspire sempre que olhamos para aquela decoração e para a maneira como ele o deixou. Mas é igualmente importante que lidemos primeiro com as nossas emoções, para que os sintomas depressivos não caiam todos em cima de nós fora do tempo. Como quando morre alguém que nos é querido, devemos ter espaço para fazer o nosso luto e sofrer com essa ausência. É bom que desde o início chore e fique triste com esta perda, de maneira a ir recuperando dia após dia. Quando se sentir com forças, pode começar a pensar no que quer fazer daquele quarto vazio ou como o vai querer remodelar de modo a ser um espaço mais neutro e confortável para a família.

Decidir o que é lixo e o que é para guardar

Ultrapassados os sentimentos e tendo aprendido a viver com a nova realidade, é altura de começar a arrumação! O primeiro passo é perceber o que se vai aproveitar e o que se vai deitar fora. Antes de limpar o quarto de tudo o que acha desnecessário e para evitar descobrir preciosidades que nenhum pai quer ver no quarto de um filho, fale com ele primeiro. Tentem ver em conjunto o que é para ficar e o que é para dar ou ir para o lixo. Com certeza que haverá coisas que para ele são uma boa recordação da qual não se vai querer desfazer.

O que fazer com o espaço

A menos que seja uma família monoparental e com apenas um filho, haverá outras pessoas em casa que deverão ter uma opinião acerca do que se fará com o espaço vazio. Após terem arrumado tudo o que estava na quarto do seu filho, é altura agora de perceber o que se vai fazer dele: um pequeno ginásio? um escritório para o pai? uma sala de artesanato para a filha? ou um quarto de hóspedes/sala de estar? É bom que todos participem nesta decisão para evitar ressentimentos e injustiças.

Não torne o quarto num depósito de tralha

O primeiro pensamento quando não sabemos bem onde guardar alguma coisa, e tendo uma divisão vazia em casa, é bom, vou deixar aqui e mais tarde vejo onde o posso guardar… mas esse mais tarde nunca mais chega e quando der conta já encheu o quarto com coisas que não interessa, tornando-o um espaço completamente inútil. No caso de não conseguir decidir em tempo útil o que fazer com o quarto vazio, corre sérios riscos de começar, aos poucos, a depositar nele coisas que vai deixando de usar, prendas de que não gosta ou outros objectos que não consegue deitar fora. Para que não fique sem a companhia do seu filho e com um monte de entulho em casa, evite ao máximo despejar no quarto a primeira peça.

Certifique-se que tem um sítio para o seu filho dormir quando o visitar

Qualquer pai que se preze não se esquecerá nunca deste ponto, mas vamos referi-lo na mesma. Depois de todas as arrumações e durante a decisão do que fazer com o quarto, certifique-se que insere na equação uma cama ou sofá-cama para o seu filho, quando ele o visitar.

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