Uma casa desenhada para relaxar

Mariana Caldeira Mariana Caldeira
THE PAVILLION, MARLENE ULDSCHMIDT Architects Studio MARLENE ULDSCHMIDT Architects Studio Walls
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Muitos dos projetos habitacionais que assumem a forma de vivenda são acompanhados da construção de algum tipo de anexo, que pode assumir as mais variadas formas e funções. Seja para acomodar visitas, servir a zona de piscina e jardim ou apenas um espaço extra de arrumação, estes espaços procuram estabelecer uma relação com a arquitectura principal, suprimindo novas valências.

Conformando um conteúdo programático pouco usual, apresentamos-lhe o desenvolvimento de um espaço de apoio a uma habitação, estabelecendo um diálogo muito interessante com a sua envolvente. Através de uma volumetria simples e materiais modestos surgiu um espaço com características únicas para o desafio colocado pelos clientes.

A intervenção foi liderada pela arquitecta alemã Marlene Uldschmidt, com escritório em Portugal há mais de dez anos. Apesar de se ter dedicado a projetos de conservação e reabilitação durante muitos anos, hoje a sua arquitectura prima pela vontade de harmonizar a arquitectura com as mais variadas envolventes paisagísticas.

Lugar e contexto

Envolvido pelas paisagens únicas do sul de Portugal, o espaço foi construído no terreno que envolve uma moradia unifamiliar. Pertencendo ao distrito de Faro, no Algarve, o local da implantação é conformado por um ambiente verde único que se debruça sobre o mar. Foram precisamente a beleza do atmosfera única que conforma a construção principal, que despoletou a construção de anexo capaz de potenciar as qualidades naturais do lugar.

Projeto

O conceito que informou a concepção consistia na criação de um espaço de retiro, perto da habitação existente com vistas sobre a paisagem. Deste modo a intervenção assumiu a forma de um simples volume em paralelepípedo, que estrategicamente posicionado no lote conforma um ambiente único para o conteúdo programático proposto. Dado o desafio colocado pelos clientes, a arquitectura desenhada pela equipa procurou, acima de tudo, prescindir de qualquer protagonismo, criando apenas condições singulares para desfrutar do local.

Materialidade

Preconizando a vontade de criar uma harmonia entre o novo espaço construído e a sua envolvente, o volume foi materializado numa estrutura em ripas de madeira clara. A escolha deste sistema num material natural permitiu criar um efeito ao nível da iluminação natural extremamente agradável, capaz de criar sombreamento junto à fachada envidraçada.

Interiores

A simplicidade dos interiores prima pelas qualidades conferidas pelas características já mencionadas. Em primeiro lugar pela simplicidade da volumetria escolhida que permite uma leitura clara do espaço criado. Em segundo, o ambiente criado pelos materiais escolhidos e entradas de luz. E finalmente, a paisagem espetacular que o envolve, criando vistas que conformam verdadeiros quadros naturais.

Iluminação

Durante a noite os papéis invertem-se, e os interiores que vivem da iluminação natural transformam-se num verdadeiro farol sobre todo o terreno. Além do efeito visual interessante, cria-se um ambiente nocturno extremamente convidativo, seja para relaxar individualmente ou para beber um copo na companhia dos amigos.

Simplicidade

Simplicidade é sem dúvida a palavra que melhor define esta intervenção. Desde a volumetria desenhada, à integração de materiais e estruturas utilizadas, a intervenção comprova que muitas vezes são as escolhas mais simples que criam os espaços mais espetaculares. Há sempre um inevitável sofisticação em todos os projetos de arquitectura capazes de prescindir de qualquer protagonismo, respeitando e homenageando o lugar.

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