O apartamento dos seus sonhos no centro de Lisboa

Mariana Caldeira Mariana Caldeira
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A reabilitação da cidade de Lisboa, impulsionada pelo Marquês de Pombal, após o terramoto de 1755 produziu algumas das construções mais interessantes da nossa capital. Marcada pela integração de um sistema antissísmico conhecido por gaiola pombalina, a arquitetura deste período prima pela presença da madeira, pé direito alto e um nível de iluminação natural bastante superior à dos períodos precedentes.

É pelo valor histórico e simbólico deste momento único na arquitectura portuguesa, que lhe apresentamos um projeto de reabilitação de um destes apartamentos. Acompanhada por uma vontade de preservar a identidade original o espaço, foi desenvolvida uma intervenção de modernização absolutamente excepcional.

A equipa responsável pela intervenção é conhecida por RAR.STUDIO e caracteriza-se pela criação de uma relação próxima com o cliente, superando qualquer tipo de desafios. Venha connosco e fique a conhecer um apartamento de sonho recuperado por um atelier lisboeta que ainda vai dar que falar.

Contexto

Situado na zona ribeirinha de Lisboa, o apartamento encontra-se no primeiro piso de um edifício com todas as características típicas da construção da segunda metade do século XIX. Apesar da degradação e alguns desajustes face às vivências da atualidade, o espaço era acompanhado de uma série de características dignas de ser preservadas. 

Intervenção

De acordo com a vontade do cliente, as áreas generosas das divisões, o pé direito alto, o nível de iluminação natural, os materiais de revestimento e os elementos decorativos originais eram características a ser preservadas. Sendo assim, o trabalho desenvolvido pelos arquitecto procurou recuperar, conservar e valorizar esta identidade do edifício, implicando um exercício de interpretação sobre a arquitectura lisboeta deste período e os seus elementos matriciais. 

Arquitectura

A estrutura funcional dos espaços foi facilmente adaptada às necessidades do cliente, permitindo a salvaguarda da sua tipologia tão característica. A criação de muito espaço para arrumação de roupa – uma exigência programática- foi distribuída ao longo das três divisões centrais da habitação. Foi necessário integrar novas instalações elétricas, iluminação, aquecimento central e caixilharia, ao mesmo tempo que se recuperou o soalho e os tectos estucados. Tal como na maioria dos projetos habitacionais desta época que sobreviveram à acção do tempo, foram necessárias uma série de decisões que permitiram depurar as alterações de programa e adaptações ao longo dos anos.

Cozinha

Na cozinha, todos os elementos posteriores à construção original foram eliminados, como era o caso dos azulejos do pavimentos e o revestimento da bancada. No entanto, nas paredes desta divisão foram mantidos os azulejos oitocentistas originais. Para resolver algumas patologias, presentes especialmente nesta divisão, foi introduzido um novo soalho assim como novas infra-estruturas capazes de salvaguardar os azulejos com mais de dois séculos de historia. O resultado do trabalho desenvolvido na cozinha deu origem a um espaço acolhedor, um equilíbrio entre o caráter tradicional da paredes e do pavimento com as bancadas e armários brancos em linhas simples. Toda a qualidade do espaço é ainda potenciada pela grande janela que inunda a área com um nível de iluminação natural absolutamente excepcional.

Quartos

Ao nível dos quartos o estilo adotado foi sem dúvida o minimalismo. Conferindo todo o protagonismo á arquitectura do espaço foram introduzidos muito poucos elementos capazes de tornar os espaços mais funcionais. O branco das paredes e móveis é contrastado pela presença da madeira, que em conjunto com a luza natural cria um ambiente caloroso e ideal para relaxar.

Casa-de-banho

Tal como na maioria das construções desta época, as casas-de-banho eram as divisões mais degradadas pela acção do tempo. Deste modo estas divisões foram alvo de uma intervenção bastante profunda, que apesar de ter modernizado consideravelmente os espaços manteve um apontamento tradicional através da integração de mármores portugueses.

Sala de estar

Apesar da sala de estar ter seguido a mesma simplicidade presente nos quartos, foi especialmente pensada para iluminar não só a sua área, mas também algumas divisões interiores típicas da arquitectura pombalina. o Conteúdo atribuído a estas áreas interiores e a permeabilidade visual cuidadosamente trabalhada, permitiu iluminar todos os interiores com luz natural.

Preservar

A qualidade do trabalho e a atenção ao detalhe é sentida em todos os centímetros deste apartamento. A seleção pertinente das intervenções desenvolvidas permitiu criar uma habitação adaptada às vivências da atualidade preservando a beleza original da arquitectura pombalina. No entanto, não se deixe enganar pois são os resultados mais simples que acabam por exigir os processos criativos mais exigentes.

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