Arquitecto Tiago do Vale

Rita Gouveia (homify) Rita Gouveia (homify)
The Three Cusps Chalet, Tiago do Vale Arquitectos Tiago do Vale Arquitectos Study/office
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Tiago do Vale é um jovem arquitecto português que estabeleceu a sua prática profissional a norte do nosso País. Depois de adquirir licenciatura em Arquitectura e se tornar mestre pela Universidade de Coimbra, adquiriu  alguma experiência profissional, e em 2008 decidiu abrir o seu próprio atelier na cidade. Actualmente conta com uma equipa de colaboradores que inclui três arquitectas, duas portuguesas e uma espanhola. Do seu conjunto de obras fazem parte encomendas públicas e privadas assim como ideias para concursos, que se traduzem em projectos habitacionais, de comércio, lazer e de serviços. A juntar à sua formação académica é ainda de assinalar as funções que desempenhou nos orgãos de gestão da Universidade de Coimbra – senador, membro da assembleia e delegado dos serviços de acção social. A estética das suas obras destaca-se pela simplicidade e delicadeza que imprime em cada projecto. 

Este artigo que preparamos para si vem dar-lhe a conhecer um bocadinho melhor da sua obra, no qual seleccionamos dois dos projectos que poderá analisar na nossa plataforma: o Chalé das Três Esquinas e o congresso das garrafas.

Chalé das Três Esquinas

O projecto do Chalé das Três Esquinas faz parte de um conjunto de obras seleccionadas pela reputada plataforma internacional de Arquitectura, Archdaily, para melhor edifício do ano em 2014. Este projecto de Tiago do Vale em particular, ganhou na categoria de restauro e requalificação. Mas não só a Archdaily reconheceu este como um projecto de excelência, também outras publicações e meios de comunicação da especialidade reservaram o seu tempo de antena para a divulgação este magnífico projecto, como foi o caso da TVI.

O projecto desta casa previu essencialmente uma restauração fidedigna e que cumprisse os valores arquitectónicos subjacentes à tipologia original desta casa. Um volume que na verdade era constituídos por outros três exactamente iguais e que no seu todo formavam o Chalé. Um palacete do final do século XIX e que resultou do movimento socio-cultural dos portugueses, ou antes brasileiros torna-viagem; portugueses que emigraram para o Brasil à procura de uma vida melhor e, que depois regressaram a Portugal com grandes fortunas e ali construíram palacetes também conhecidos como casas dos brasileiros, onde se denotava o seu carácter ostensivo e algo colonial. No caso de Braga, essa influência foi não só notada na Arquitectura da cidade mas também no seu Urbanismo, onde novas ruas e avenidas foram abertas e a cidade estendida para além do seu centro original. 

O projecto de Tiago do Vale procurou encontrar um ponto de equilíbrio entre a arquitectura original do edifício e a arquitectura contemporânea. Apesar das múltiplas alterações arquitectónicas que o edifício foi sofrendo ao longo dos seus 120 anos de história, o arquitecto conseguiu recuperar elementos antigos da sua arquitectura e manter todos aqueles que subsistiram ao passar dos anos. O único elemento novo que foi acrescentado, foi a caixa de escadas que irrompe o edifício todo com um grande jarro de luz, essa mesma, que o arquitecto quis que tivesse grande importância na recuperação do projecto.

No que diz respeito à sua utilização e organização espacial, o projecto previu a instalação de um atelier de arquitectura no rés-do-chão (o do próprio arquitecto) e nos pisos superiores habitação. Tal como o projecto original, que inicialmente englobava nosandares superiores o espaço habitacional e no rés-do-chão, um espaço para comércio.

Em relação aos materiais, destaca-se a aplicação do mármore de Estremoz que ao contrário de épocas anteriores começa já a estar em certo desuso; o vidro e as madeiras, aliados a espaços luminosos e de cor branca. 

Congresso das Garrafas

O projecto para o Congresso das Garrafas é uma resposta aos desafios particulares que uma loja de vinhos e bebidas espirituosas, em circunstâncias únicas. Localizando-se na periferia de Braga,  foi requisitada uma solução capaz de apresentar mais de mil garrafas diferentes, desenhada de forma modular e adaptável a outras localizações.

Simultaneamente, a localização eleita pelo cliente possuía uma série de características interessantes que pediam uma intervenção específica, mais deliberada do que um desenho genérico: uma paisagem natural sobre o rio Este e a luz de poente, muito procurada pela cidade e pelos estudantes universitários em particular como espaço de lazer; e uma loja com duas frentes em vidro, constituindo uma oportunidade invulgar para trabalhar a relação interior/exterior.

O resultado final é o de um espaço comercial fluído, contemporâneo e de uma agradável leitura visual. A uma loja de linguagem arquitectónica simples e eficaz. 

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